A dor não faz parte do aprendizado da música. Quem toca um instrumento musical provavelmente já deve ter sentido algum tipo de dor muscular, nas articulações ou nas costas. Geralmente, esses sintomas são ignorados, mas podem levar a casos graves de lesões e até impedir que a pessoa volte a tocar aquele instrumento.
O Exercer, Núcleo de Ação Integral à Saúde do Músico, entrevistou profissionais da área e constatou que, 94,5% dos violinistas já sentiram algum sintoma físico ao tocar o instrumento. Apesar de esta ser a modalidade com maior incidência de dores, é uma realidade frequente em todas as classes instrumentais e quanto maior a assimetria do objeto, maior a chance de lesões.
Para evitar as dores no pescoço, ombro e antebraço é necessário levar em consideração que tocar uma música é uma atividade física, portanto requer alongamento e aquecimento dos músculos.
Os fatores agravantes são a pesada rotina de ensaios e estudos, somados ao período de trabalho profissional. Os músicos de bares e casas noturnas chegam a tocar por horas sem descanso, além de ensaiarem muito para aperfeiçoar a sua lista de músicas, ficando sem tempo para se recuperar. Já os eruditos buscam a perfeição, com rotinas de 5 a 8 horas de prática diária.
As formas de prevenção são a consulta a um ortopedista ou profissional da área, munido de um vídeo de si próprio tocando o instrumento musical, para que possam ser feitas correções de postura. Também é preciso muita disciplina na hora da execução desses movimentos e praticar sem exageros.
Ao sinal de dores, busque orientação médica para não desenvolver quadros mais graves, relacionados a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).
Apesar do grupo de risco estar entre os profissionais, aqueles que tocam instrumentos esporadicamente devem ficar atentos para não se machucarem, já que não têm o conhecimento do próprio corpo e o preparo físico adequado. Outra preocupação deve ser quanto à rotina de trabalho, por exemplo, quem toca piano e passa muito tempo digitando ou quem usa muito as mãos para trabalhar e toca um instrumento de cordas permanece em posições semelhantes. Assim, acaba forçando alguma parte do corpo que já está tensionada.